Visto-me logo pela manhã de pestanas da eterna noite que nunca dorme em mim . Na noite em que respirar chega para ir e voltar até ti , e quem sabe até nós . Na respiração acelerada e tão pequena como a gota de chuva que procura rumo ali mesmo no vidro . E penso que se fosse de vidro , seria aquele vidro que embate sobre o silêncio , que bate no peito e volta numa eternidade o mais demorada possível .
À noite desço degraus , degraus até encontrar uma folha que me atravesse todas as partes do corpo que ainda não sei contar. Escrevo melodias baseada nos gestos sem planeamento que envolvo no corpo e na despedida . Chego a escrever palavras duras , mais duras que a própria razão .
São desgastantes todas elas. Ardem pela paixão que tenho em fazê-las existir . São palavras erradas , insultam o que nunca soube ser e tudo o que não chegaste a deixar-me ser . As linhas desta folha balançam tal como as ideias surgem desprevenidas e para lá das margens . E a melhor forma de errar esta noite é escrever , sem propósito ou propositadamente entregue a ti . E nem sempre me lembro das dores infernais , quando me lembro acabo sempre por corroer o papel com o carvão irregular até desaparecer tudo o que escrevi . Até ficar sem forças . Se quisesse registar as horas a que escrevo , diria que são as horas mais incomodativas . As horas em que não aparecem estrelas cadentes , nem aparece mais do que o egoísmo vestido a carvão , em linhas de uma escadaria .
Batimentos cardíacos , pensamentos sem julgamento são os estudos que faço a carvão , das emoções que deixaste , e daquilo que deixei em vão em ti , ou tudo o que me atravessa sem saber que detesto as despedidas . Detesto quando voltas e quando me fazes voltar . Porque sei que essa noite pode ser a última . A despedida. A noite que me mata , é a mesma noite em que me recordo e penso em voltar a ti por mais um anoitecer . E é nessa noite , em que incerto , encontro o caminho de volta , na recordação de ti , ou na forma como me olhaste antes de me perguntares quantas horas duraria aquele momento . Aí percebo que sou uma prosa feita da pequena poesia que te faz vibrar . És a eternidade que me tira tudo . E se fosse simples amar e ser , então as insónias seriam hipotecadas . E as noites seriam de todos . Mas não são .... a noite é o lugar em que te tenho e em que me tenho . E por isso torno-a nossa e também minha . E toda a coragem de te abraçar chega a ser tão forte como me ter por inteiro.
Sofia S
À noite desço degraus , degraus até encontrar uma folha que me atravesse todas as partes do corpo que ainda não sei contar. Escrevo melodias baseada nos gestos sem planeamento que envolvo no corpo e na despedida . Chego a escrever palavras duras , mais duras que a própria razão .
São desgastantes todas elas. Ardem pela paixão que tenho em fazê-las existir . São palavras erradas , insultam o que nunca soube ser e tudo o que não chegaste a deixar-me ser . As linhas desta folha balançam tal como as ideias surgem desprevenidas e para lá das margens . E a melhor forma de errar esta noite é escrever , sem propósito ou propositadamente entregue a ti . E nem sempre me lembro das dores infernais , quando me lembro acabo sempre por corroer o papel com o carvão irregular até desaparecer tudo o que escrevi . Até ficar sem forças . Se quisesse registar as horas a que escrevo , diria que são as horas mais incomodativas . As horas em que não aparecem estrelas cadentes , nem aparece mais do que o egoísmo vestido a carvão , em linhas de uma escadaria .
Batimentos cardíacos , pensamentos sem julgamento são os estudos que faço a carvão , das emoções que deixaste , e daquilo que deixei em vão em ti , ou tudo o que me atravessa sem saber que detesto as despedidas . Detesto quando voltas e quando me fazes voltar . Porque sei que essa noite pode ser a última . A despedida. A noite que me mata , é a mesma noite em que me recordo e penso em voltar a ti por mais um anoitecer . E é nessa noite , em que incerto , encontro o caminho de volta , na recordação de ti , ou na forma como me olhaste antes de me perguntares quantas horas duraria aquele momento . Aí percebo que sou uma prosa feita da pequena poesia que te faz vibrar . És a eternidade que me tira tudo . E se fosse simples amar e ser , então as insónias seriam hipotecadas . E as noites seriam de todos . Mas não são .... a noite é o lugar em que te tenho e em que me tenho . E por isso torno-a nossa e também minha . E toda a coragem de te abraçar chega a ser tão forte como me ter por inteiro.
Sofia S